Prémio
Reabilitação e Requalificação de Espaço Público
ESPAÇO PÚBLICO DO BAIRRO DO LAGARTEIRO
Porto
PROMOTOR
Município do Porto - Gestão de Obras Públicas da Câmara Municipal do Porto, E.M.
EXECUÇÃO
Construtora da Huíla - Irmãos Neves, Lda.
PROJECTO
Arquiteto Paulo Tormenta Pinto
Arquiteto Paisagista João Ferreira Nunes - Proap, Lda.
COMENTÁRIO DO JURI
Projeto estruturado num conceito claro e ajustado à realidade do bairro, que qualifica o espaço público de uma forma sustentável e ambientalmente correta, marcada por uma adequada e extensa intervenção paisagística e estruturada por uma opção de conceção arquitetónica com expressiva qualidade e sobriedade. Salienta-se o sensível cuidado dirigido para uma pormenorização que, além de servir a conceção global, é marcada por adequada atratividade e durabilidade. Realçam-se igualmente as condições de acessibilidade e mobilidade em todo o espaço público e em relação à sua envolvente, integrando-se, deste modo, esta área habitacional no tecido urbano da cidade do Porto.

O Bairro do Lagarteiro caracteriza-se por edifícios em banda, implantados em torno de uma topografia acidentada criando, na sua morfologia, situações urbanas diversificadas. Este conjunto habitacional é constituído por treze blocos com quatrocentos e quarenta e seis fogos. Antes da intervenção, o Bairro do Lagarteiro dividia-se em dois setores fundamentais, separados pela acidentada topografia. Apesar da sua proximidade física, estes dois setores apenas se relacionavam por desqualificados e acidentados percursos pedonais, gerando momentos de segregação no interior do próprio bairro. Outra questão que se evidenciava passava pela pouca fluidez da estrutura viária, forçando a que, na maior parte dos casos, o acesso e a saída do Bairro fossem feitos pelo mesmo arruamento, impedindo-se a continuidade da circulação. A panóplia de materiais utilizados na construção desta intervenção foi muito reduzida, baseando-se, essencialmente, em cubos de granito, de cor amarelada nos percursos pedonais e de cor cinza nos arruamentos. A escolha deste material justificou-se pela reduzida impermeabilização do solo, preço de fornecimento em grandes quantidades, facilidade de manutenção, o que permite a incorporação de uma mão-de-obra comum não excessivamente especializada. Outro ponto que pesou nesta opção foi a dignidade do envelhecimento da pedra, resistente ao desgaste e a utilizações menos conscientes.

(Extrato da Memória Descritiva)