Prémio
Reabilitação Isolada de Imóveis
ESCOLA SECUNDÁRIA DE PEDRO NUNES
Lisboa
PROMOTOR
Parque Escolar, E.P.E
EXECUÇÃO
Novopca - Construtores Associados, S.A.
PROJECTO
Arquiteto Pedro Botelho
Arquiteta Maria Rosário Beija
Arquiteto Paisagista Luís Cabral
COMENTÁRIO DO JURI
A intervenção na Escola Secundária de Pedro Nunes envolve a reabilitação do antigo edifício escolar e a construção de um novo corpo. No edifício pré-existente foi respeitada a espacialidade, os materiais e as técnicas construtivas, melhorando-se a salubridade, conforto térmico, lumínico e acústico dos espaços, para além de um adequado reforço estrutural. No novo corpo, que vem dar resposta a novas necessidades pedagógicas, valoriza-se a sua funcionalidade, a sua linguagem sóbria, mas com identidade, e a articulação, serena, com os edifícios e espaços exteriores pré-existentes. Foram, ainda, criados novos recreios, de convívio e desporto, de grande agradabilidade e conforto. Esta reabilitação é a demonstração de que os edifícios se podem adaptar a novas necessidades sem deixar de garantir a valorização e preservação do património que nos foi legado.

O Liceu Pedro Nunes foi projectado pelo Arquiteto Ventura Terra tendo sido inaugurado no dia 17 de Novembro de 1911. Até ao início da década de sessenta do século passado, o Liceu manteve praticamente intactas a sua forma e organização originais: a nascente os edifícios principais e os pátios de recreio, a poente os campos de jogos. No início da década de sessenta assiste-se a uma ruptura no conjunto. Na sequência da construção do novo Ginásio/cantina, projecto do Arquiteto José Segurado, que ocupou a metade poente do antigo campo de futebol, são demolidos os antigos recreios cobertos e as instalações da antiga cantina. Quando em 2007 a Parque Escolar deu início ao Processo de Modernização da Escola verificámos também que a antiga entrada principal do Liceu já só servia professores e visitantes e que os alunos entravam e saíam pelo portão lateral, de seviço à cantina, na Rua de São Jorge, junto ao cemitério dos ingleses. O desafio consistiu no reencontro da identidade do lugar, na sua estrutura interna e nas relações com a cidade e o espaço público. Neste sentido, podemos dizer que a intervenção se define em duas vertentes: a da cuidadosa recuperação dos edifícios de Ventura Terra, considerando a sua qualidade integra as construções dos anos sessenta (ginásio e cantina), definindo uma nova e longa fachada que remata o conjunto a poente. Pretendeu-se que estes novos volumes, pela sua forma e posicionamento, funcionassem como elementos reestruturantes das relações de continuidade entre as construções e os espaços exteriores, redefinindo estes últimos. A intervenção propõe o reencontro do edifício da Escola com a cidade a partir da nova entrada, que se faz agora pela porta norte do corpo principal, reconstituindo, numa sequência de espaços ¿públicos¿, um novo percurso desde a Avenida Pedro Álvares Cabral até aos edifícios desportivos a poente.

(Extrato da Memória Descritiva)