Menção honrosa
Reabilitação de Edifício de Equipamento
Recuperação das Estufas Tropicais do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Coimbra
PROMOTOR
Entidade Promotora
Universidade de Coimbra
EXECUÇÃO
Entidade Construtora
Tecnorém - Engenharia e Construções, S.A.
PROJECTO
Autor do Projeto
João Mendes Ribeiro

As Estufas Tropicais e o novo Espaço Ciência in Situ localizam-se na Alta de Coimbra e fazem parte do Jardim Botânico da Universidade, construído em 1772 pelo Marquês de Pombal.

As Estufas Tropicais, concluídas em 1859, são um dos primeiros exemplares da arquitetura do ferro em Portugal, tendo como referência as estufas de Kew Gardens em Inglaterra. A intervenção levada a cabo nas Estufas envolveu o restauro e recuperação das estruturas existentes e a implementação de soluções técnicas adequadas ao desenvolvimento das plantas e ao uso do espaço, nomeadamente, para realização de visitas. Estas condições implicaram novos meios de sombreamento e de ventilação, a garantia de níveis higrométricos e de humidade adequados e a acessibilidade ao edifício e dentro deste.

Como uma das medidas de maior impacto na reabilitação da Estufa destaca-se a recuperação da relação interior/exterior original e a reposição da transparência dos vidros, nos paramentos verticais e na cobertura, retirando a opacidade e o peso resultantes da anterior caiação dos vidros. Em substituição do anterior processo de controlo da temperatura e luminosidade, através de caiação, foram aplicados novos vidros transparentes laminados e telas de sombreamento interiores. Essa medida, que procura corrigir a desadequação face aos requisitos de regulação térmica, proteção solar e de segurança do espaço, acarreta uma alteração radical da imagem da Estufa, que passou a assumir uma configuração distinta consoante as estações do ano.

A ala central corresponde a um momento singular no percurso de toda a Estufa, dada a sua configuração com pé-direito elevado e a existência de uma galeria no nível superior.

Reforçando o seu caráter excepcional, os anteriores canteiros foram removidos e substituídos por um grande lago destinado ao crescimento da Victoria Régia, uma espécie de nenúfar gigante proveniente da Amazónia. O lago é revestido a chapa de aço pintada a preto, por forma a enfatizar a superfície espelhada do plano de água.

Tal como o novo Lago Vitória, o espaço Ciência in Situ foi construído de raiz junto às estufas, para receber espaços de infra-estruturas e novo programa. Tendo como referência as tradicionais casas de fresco, é um edifício de cobertura ajardinada com estrutura de madeira e pedra e portadas em ripado de madeira.