Prémio
Construção de Promoção Privada
EMPREENDIMENTO DE 92 FOGOS EM FORNOS
Santa Maria da Feira
PROMOTOR
Efimóveis Imobiliária, S.A.
EXECUÇÃO
Edinorte, S.A.
PROJECTO
Arquiteto J.J. Silva Garcia
COMENTÁRIO DO JURI
Este emprendimento é um grande conjunto residencial, caracterizado por uma positiva função urbana de coesão entre duas zonas urbanas próximas, formado por edifícios de habitação em dois pisos, e por edifícios multifamilares de habitação e comércio, complementados por espaços exteriores privados e públicos de recreio e de lazer, de grande dimensão. A um traçado viário muito claro vão-se agregando os edifícios e os espaços exteriores, de uma forma coerente e muito hierarquizada, tirando partido da modulação do terreno. Destacam-se, ainda, dois aspectos bem interligados: a criação de vizinhanças de proximidade que estruturam o conjunto em unidades muito apropriáveis e a aplicação de uma tipologia agradavelmente intermediária entre os habituais edifícios multi e unifamiliares, uma opção que parece ter gerado forte adesão dos habitantes. As habitações, com uma interessante espacialidade, associam-se de forma racional e económica, garantindo uma grande privacidade, situando-se o conjunto em área ainda privilegiada com existência de mata na periferia.

Localizado em Fornos, próximo do centro urbano de Santa Maria da Feira e do Castelo, o terreno parte de uma rua no cimo do monte e desce a encosta até ao arruamento que, a sul, contorna a mesma colina. Aos seus limites irregulares corresponde uma topografia variável e um revestimento vegetal algo vasto a nascente. A operação urbanística teve por objectivo a implantação e construção de noventa e duas habitações a custos controlados, incluindo seis fracções de terciários, no âmbito de um Contrato de Desenvolvimeto para a Habitação.

Procurando a integração deste Núcleo Habitacional na estrutura física e social do lugar, além do desenho urbano que decorre da interpretação do sítio, a via estruturante traçada serve a nova urbanidade, enquanto referencial à concepção do espaço público de um e do outro lado das suas margens e é instrumento de exteriorização do novo lugar, enquanto canal de ligação entre a parte alta com a zona baixa da envolvente. Os espaços exteriores que a marginam organizam-se em plataformas. Os desníveis são resolvidos pelos volumes das edificações que, nas semi-caves assim criadas, se destinam a aparcamento automóvel. Surgem dois tipos de espaços públicos e implantação do edificado, mantendo-se as mesmas relações altimétricas com o solo. Um magnífico pinheiro manso existente no topo norte, sugere o desenho de uma praceta, para a qual se abrem algumas lojas comercias a completar a função residencial dominante.