Menção honrosa
Reabilitação Isolada de Imóveis
EDIFÍCIO DA RUA DE MIRAGAIA Nº 13 E 14
Porto
PROMOTOR
Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A.
EXECUÇÃO
Eri - Engenharia, S.A.
PROJECTO
J. Bragança, M. Marques - Arquitectos, Lda.
COMENTÁRIO DO JURI
A reabilitação do Edifício da Rua de Miragaia é uma intervenção particularmente exigente, pela exiguidade das áreas disponíveis, nos diferentes pisos e pelos problemas estruturais e construtivos encontrados. Realçam-se, num contexto de áreas muito exíguas, as soluções encontradas para os espaços distributivos e a criativa solução para a zona de preparação de refeições e outros espaços servidores das casas e o bom nível da construção, onde se respeitaram os materiais e as técnicas tradicionais. Estamos perante um caso positivo de reabilitação habitacional, que integra o tecido urbano corrente, envelhecido e regulamentarmente crítico, abundante nos nossos centros históricos. Proporciona mais um exemplo na urgente melhoria urbana e vivencial dessas zonas citadinas.

Esta é uma obra de recuperação, remodelação e ampliação de um edifício antigo, situado entre as ruas de Miragaia e Arménia, executada segundo um programa de conceção -construção, promovido pela Porto Vivo, SRU. O edifício existente parece ter sido edificado numa espécie de interstício entre dois prédios, uma vez que a largura média disponível era de cerca de três metros, estando inclusive a parede de um deles aproveitada como meação. O seu estado de conservação era consideravelmente preocupante, tal o nível de degradação que apresentava, havendo mesmo o risco de ruína a curto prazo. Houve, por isso, a necessidade de empregar técnicas construtivas expeditas, capazes de minimizar os riscos iminentes, para posteriormente o recuperar, sem desvirtuar, pois foi nossa intenção absoluta conseguir que a obra final revelasse uma leitura formal e concecional muito clara e coerente, traduzida pela exponenciação do binómio recuperação/novo, pelo qual se identificam claramente os diferentes tempos de intervenção. Quanto à ocupação do edifício, temos uma loja comercial voltada para a Rua de Miragaia, no rés-do-chão, enquanto que o acesso às habitações dos pisos superiores é feito pela Rua da Arménia, nas traseiras, aproveitando a diferença de cota de um piso entre elas. Nos 1.º e 2.º andares, temos um T0 em cada, enquanto que nos 3.º e 4.º andares se desenvolve uma habitação T1, em sistema duplex. No que respeita aos materiais de construção, procurou-se manter a mesma relação do existente, obviamente com outros mais recentes e, por isso, mais eficazes tanto no comportamento como na vertente comercial

(Extrato da Memória Descritiva)