Prémio
Reabilitação ou Qualificação de Espaço Público
REINFRA-ESTRUTURAÇÃO DA RUA ROQUE DE BARROS
Viana do Castelo
PROMOTOR
Município de Viana do Castelo
EXECUÇÃO
Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A. - Construção Civil e Obras Públicas
PROJECTO
Arquiteto Paulo Jorge Trindade Gonçalves
COMENTÁRIO DO JURI
Uma intervenção singela, todavia muito significativa pelo respeito por este legado e rigor da intervenção. Havendo necessidade de levantar o lajedo da rua, para melhorar o sistema de drenagem das águas pluviais e colocar novas infraestruturas, houve o cuidado de garantir o contexto de todas as lajes. Importante, pois a compatibilização das contemporâneas necessidades de infra-estruturação com o carácter e desenho geral da pré-existência, com o destaque dado na recolocação das grandes lajes graníticas, ao seu desenho planimétrico e altimétrico.

A Rua Roque de Barros, com 110 m de comprimento, tem um perfil que varia entre os 2,75 m e os 4,05 m e apresenta uma pendente no seu eixo de 1,41 m entre os extremos, definidos na sua parte mais alta, a poente, pela Rua Major Xavier da Costa e, a nascente, pela Avenida Rocha Páris. O seu eixo nascente/poente é interrompido pelo cruzamento com a Rua de Santo António, que se localiza a 35 m do remate com a Avenida Rocha Páris. É popularmente identificada como uma das ruas da cidade com o pavimento mais antigo, o que de facto se verifica, no tramo compreendido entre o seu limite poente e o cruzamento com a Rua de Santo António, numa extensão que representa dois terços da sua totalidade. Neste troço, o arruamento caracteriza-se por apresentar um conjunto de pedras de grandes dimensões, dispostas a todo o comprimento do seu eixo. Esta solução de pavimento, eixo com lajeado elevado e guias laterais junto às construções, surge como resposta eficaz às necessidades de escoamento de águas, quer pluviais quer domésticas, assim como evidencia cuidados construtivos, concretamente quanto ao travamento do material de pavimentação que é, neste caso, em calçada à portuguesa. De referir igualmente, que as grandes dimensões das pedras assentes sobre o eixo da rua tinham como objectivo cobrir um canal, no qual originalmente corria toda a água que aí chegava. Falta saber exactamente como, mas decerto evitando os inconvenientes das descargas livres a céu aberto (à época). Sendo um dos objectivos a manutenção da imagem caracterizadora do arruamento, assim como a recolocação das suas pedras essenciais, procedeu-se ao levantamento exaustivo de todos os elementos de referência ¿pedras, portas, soleiras, usos ¿, quer através de desenhos, quer recorrendo a numerosos registos fotográficos.