A Capela do Convento Corpus Christi, de religiosas dominicanas, foi construída na segunda metade do século XVII, substituindo a primitiva, do século XIV, muito degradada pelas constantes cheias do rio. Este templo, de concepção centralizada, foi desenhado pelo Padre Pantaleão da Rocha de Magalhães e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por Gregório Fernandes. Organiza-se ao longo de um eixo, com a nave, de planta octogonal abobadada ao centro, capela-mor a nascente e os coros a poente. A austeridade e simplicidade das fachadas contrastam com a expressividade do seu interior, onde se destaca, no coro alto de traça barroca, o cadeiral em talha, bem como a pintura e a imaginária do tecto de caixotões, espaldares e retábulos. Sendo um mosteiro feminino de clausura, a entrada dos fiéis no templo faz-se lateralmente, neste caso do lado norte. A fachada barroca que antecede o portal da igreja, onde é evidente a influência de Nasoni, foi construída no século XVIII. O dinamismo da sociedade e do pensamento dos seus indivíduos gera mudanças inevitáveis que implicam, para o património construído, adaptações a novos usos e consequente resposta a diferentes condições físicas e sociais. Neste sentido, a recuperação e readaptação da Capela do Convento Corpus Christi representa uma prática, na área da conservação, salvaguarda e valorização dos bens patrimoniais, que acompanha os níveis de exigência das sociedades modernas e desenvolvidas, indo ao encontro do sentimento e da vontade da população.

(extrato da Memória Descritiva)